O dólar encerrou esta sexta-feira (22) em alta, cotado a R$ 5,8144, refletindo a incerteza do mercado diante do pacote fiscal proposto pelo governo federal e das tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia.
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A moeda oscilou durante o dia, atingindo mínima de R$ 5,7898 e máxima de R$ 5,8324, antes de consolidar valorização de 0,05%.
O índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas fortes, também avançou 0,55%, atingindo 107,558 pontos – o maior patamar desde novembro de 2022. Esses movimentos reforçam a busca global por ativos de segurança, impulsionada por incertezas políticas e econômicas.
Expectativas sobre o pacote fiscal do governo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que a equipe econômica apresentará ao presidente Lula, na segunda-feira (25), a minuta de um pacote de ajuste fiscal.
Entre as medidas discutidas, estão mudanças na previdência dos militares, alinhadas com o Ministério da Defesa. Caso aprovado, o pacote poderá ser divulgado até terça-feira (26), gerando grandes expectativas no mercado financeiro.
Apesar disso, analistas permanecem cautelosos. A aprovação e execução das medidas são vistas como determinantes para estabilizar a economia brasileira e atrair investidores internacionais, que têm observado a alta volatilidade cambial.
Tensões entre Rússia e Ucrânia intensificam busca por dólares
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As crescentes tensões entre Rússia e Ucrânia adicionaram pressão sobre os mercados globais. Nesta semana, Vladimir Putin revisou a doutrina nuclear russa, ampliando as condições para uso de armamento atômico contra a Ucrânia e a Otan.
Esse movimento elevou o interesse por ativos defensivos, como o dólar e os títulos do Tesouro dos EUA.
A guerra também influencia diretamente os preços das commodities. O petróleo, por exemplo, encerrou a semana em alta: o barril do WTI subiu 1,63%, a US$ 71,24, enquanto o Brent avançou 1,26%, cotado a US$ 75,17. Já o minério de ferro registrou queda, com o contrato mais negociado na Bolsa de Cingapura caindo 1,77%, para US$ 100,20.
Indicadores econômicos dos EUA surpreendem
Outro fator que mexeu com os mercados foi o PMI composto dos EUA, divulgado pela S&P Global. O índice, que abrange os setores industrial e de serviços, subiu de 54,1 em outubro para 55,3 em novembro, superando a expectativa de 54,7. Isso sinaliza resiliência na economia americana, fortalecendo o dólar.
Perspectivas para o câmbio
No acumulado de novembro, o dólar registra alta de 0,58% em relação ao real, enquanto no ano o avanço já soma expressivos 19,80%. Especialistas acreditam que a trajetória da moeda seguirá influenciada tanto por fatores externos, como a geopolítica e os dados macroeconômicos dos EUA, quanto pelas decisões domésticas do governo brasileiro.
O que esperar da próxima semana?
Com o possível anúncio do pacote fiscal, investidores aguardam sinais claros de como o governo pretende lidar com o equilíbrio fiscal. Além disso, novos desdobramentos na guerra entre Rússia e Ucrânia e dados econômicos globais continuarão impactando o dólar.
Esses fatores tornam o cenário de câmbio incerto, exigindo atenção redobrada dos investidores e profissionais do mercado financeiro.
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