Cidade Perdida Sob Gizé Polêmica Descoberta Arqueológica Enfrenta Forte Rejeição.
- Infocusnews
- 28 de mar.
- 3 min de leitura
Lawrence Conyers, especialista em radar da Universidade de Denver, questionou a confiabilidade dos dados apresentados.

(Imagem ilustração: Créditos GilAlves)
A recente afirmação de que uma vasta cidade subterrânea pode existir sob as Pirâmides de Gizé tem gerado intensos debates entre pesquisadores internacionais e renomados arqueólogos egípcios.
A suposta descoberta, conduzida por cientistas da Universidade de Strathclyde, na Escócia, e da Universidade de Pisa, na Itália, trouxe à tona uma possível revisão da história do Egito Antigo, mas também encontrou forte resistência de especialistas, incluindo Zahi Hawass, um dos mais influentes egiptólogos do mundo.
Alegada Descoberta Subterrânea em Gizé
Segundo os cientistas envolvidos na pesquisa, o estudo utilizou tecnologia de radar de penetração no solo para mapear estruturas localizadas a até 1.800 metros de profundidade. A equipe identificou oito formações cilíndricas verticais que se estenderiam por cerca de 640 metros além do nível do solo, sugerindo uma complexa rede subterrânea de construções desconhecidas.
Os pesquisadores defendem que a análise das ondas eletromagnéticas de alta frequência revelou padrões geométricos consistentes com estruturas artificiais, e afirmam ter um nível de confiança superior a 85% na autenticidade dos dados coletados. Caso confirmada, essa descoberta poderia reescrever a narrativa da civilização egípcia, sugerindo que Gizé teria sido erguida sobre uma cidade muito mais antiga e soterrada ao longo dos séculos.
Zahi Hawass e a Controvérsia Científica
No entanto, as alegações foram rapidamente refutadas por arqueólogos egípcios, com destaque para Zahi Hawass, ex-ministro das Antiguidades do Egito e uma das maiores autoridades no estudo das Pirâmides. Em declaração oficial, Hawass classificou as afirmações como "completamente infundadas" e acusou os cientistas estrangeiros de divulgarem "teorias sem base histórica e arqueológica."
"Não há qualquer evidência concreta para apoiar essa teoria. Nenhum arqueólogo respeitável acredita que há uma cidade subterrânea sob as pirâmides", afirmou Hawass. Ele também enfatizou que nenhuma permissão foi concedida pelo governo egípcio para pesquisas dessa natureza e que qualquer afirmação sobre escavações subterrâneas é "pura especulação".
O Debate Entre Especialistas
A comunidade arqueológica internacional também reagiu com ceticismo. Lawrence Conyers, especialista em radar da Universidade de Denver, questionou a confiabilidade dos dados apresentados. "Sem uma referência comparativa direta, essas medições não podem ser consideradas conclusivas. A confiança estatística de 85% não é suficiente para validar uma descoberta dessa magnitude sem verificação física", argumentou.
Outros pesquisadores reforçam que, ao longo dos anos, diversas explorações arqueológicas já foram realizadas na região, sem que qualquer evidência de uma cidade subterrânea tenha sido encontrada.

(Imagem ilustração: Créditos GilAlves)
Teorias e Implicações Futuras
Apesar das críticas, os cientistas que conduziram a pesquisa defendem que novas investigações são necessárias para confirmar ou refutar suas conclusões. Eles propõem que uma equipe internacional independente conduza novas análises com tecnologias complementares, incluindo tomografia de resistência elétrica e escaneamento a laser 3D.
Se comprovada, essa descoberta poderia indicar uma civilização pré-dinástica com avanços arquitetônicos muito superiores ao que se acreditava ser possível para a época. Essa hipótese se alinha a outras teorias controversas que sugerem que as Pirâmides poderiam ter sido construídas sobre fundações muito mais antigas.
Por outro lado, se a teoria for desacreditada, reforça-se a necessidade de um rigor científico ainda maior na divulgação de descobertas arqueológicas, evitando a disseminação de informações sem confirmação empírica.
O mistério envolvendo uma possível cidade subterrânea sob Gizé continua sem uma resposta definitiva. De um lado, os avanços tecnológicos permitem detecções mais profundas e detalhadas do solo egípcio, alimentando a esperança de novas descobertas revolucionárias. Do outro, a comunidade arqueológica exige provas concretas antes de aceitar qualquer revisão da história oficial.
Enquanto escavações físicas não forem conduzidas para verificar a autenticidade das formações detectadas, a existência de uma cidade perdida sob as Pirâmides de Gizé permanecerá como mais um dos grandes enigmas da arqueologia mundial.
Com tantas opiniões divergentes, uma coisa é certa: o Egito Antigo segue despertando fascínio, polêmica e o desejo incessante de descobrir os segredos ocultos sob suas areias.
Comments